Projeto do Igeo incentiva a Indicação Geográfica do azeite da Costa do Dendê

 

Que o azeite de dendê é um dos ingredientes mais famosos da gastronomia baiana, todo mundo sabe. Este produto não é apenas especial na culinária, mas gera emprego e renda, sendo um atrativo comercial, turístico e cultural.

Por conta deste potencial, o projeto de pesquisa e extensão “Indicação Geográfica para o azeite da Costa do Dendê: desenvolvimento territorial e valorização do produto, das produtoras e dos produtores”, do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (IGEO/UFBA), está rendendo bons frutos. Desde 2019, suas ações, na região do Baixo Sul da Bahia, mais especificamente no território da Costa do Dendê, incentivam a obtenção do registro de Identificação Geográfica (IG) do azeite.

Para o coordenador do projeto, professor Alcides Caldas, o azeite faz parte das atividades tradicionais da região da Costa do Dendê, e seu reconhecimento proporciona a valorização do produto. Além disso, “o projeto evidencia a aproximação do conhecimento científico com o conhecimento tradicional, permitindo a transferência de tecnologia entre universidade e comunidade”, afirmou o docente.

A Indicação Geográfica é uma estratégia produtiva que garante a reconhecimento do produto e permite vincular sua produção ao seu território de origem, justificadas pelas condições ambientais e pelo saber-fazer humano transmitido de geração a geração. A Bahia possui apenas quatro produtos registrados com IG, são eles: a cachaça de Abaíra, as uvas e mangas do Vale do Submédio do São Francisco, o cacau do Sul da Bahia, e o café do Oeste.

As ações do projeto ocorrem em parceria com o Colegiado de Desenvolvimento Territorial (Codenter) e produtores de dendê, que por meio de seminários, encontros mensais e capacitações, nos municípios de Valença, Nazaré, Taperoá, Cairu e Igrapiúna, falaram acerca da importância do IG no fortalecimento e valorização dos produtos da cadeia produtiva do dendê; IG à luz da legislação do  Instituto Nacional da Propriedade IndustrialI; necessidades para o registro; entidade representativa da IG/Conselho Regulador, entre outros assuntos.

Já é possível colher os bons resultados do projeto, pois ele despertou, nos produtores locais e demais envolvidos, o interesse em efetivar o IG do azeite de dendê. A empolgação foi tanta que os participantes se comprometeram em realizar um novo encontro, no mês de setembro de 2021, a fim de iniciar a organização e constituição da entidade que fará a solicitação da IG Dendê junto ao INPI.

Para o Coordenador do Codenter, o engenheiro agrônomo Adailton Francisco, que também participa do projeto, a ação proporcionou o engajamento de mais pessoas. “A expectativa é que a partir deste trabalho a gente envolva mais de 20 multiplicadores que contribuição para o IG Dendê e, consequentemente, beneficiará a cadeia produtiva. Isso também proporcionará a efetivação de parcerias com outras organizações”, garantiu.

Ao abordar sobre o diferencial do azeite da Costa do Dendê, o engenheiro destacou que o cultivo do dendê nesta região reúne características que o torna único. “O azeite da região tem aspectos que estão ligados à questões culturais, históricas, religiosas, etino racial, social, gastronômica e econômica. Isto tudo gera uma marca que valoriza o nosso azeite”, assegurou Adailton.

 

*com informações do Com Dendê

Por: Maísa Boa Morte