“Eu não acreditei e nem esperava que o meu trabalho fosse premiado diante de tantos outros”. Foram com palavras que expressavam surpresa, que a mestranda Laianne Protásio definiu a premiação de sua pesquisa. O trabalho foi eleito o melhor na área de Geoquímica de Zonas Costeiras e Marinhas do XV Congresso de Geoquímica do Países de Língua Portuguesa (CGPLP) e do XVIII Congresso Brasileiro de Geoquímica (CBGQ), realizados em agosto deste ano.
Oceanógrafa, formada pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (IGEO/UFBA), Laianne é aluna do Programa de Pós-graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente (Pospetro), da mesma instituição, e vem desenvolvendo a pesquisa intitulada “Proposta metodológica utilizando simulação computacional para avaliar dinâmica de um derramamento de óleo e dose na biota”, sob a orientação do professor do IGEO/UFBA Luís Felipe Mendonça e coorientação dos docentes Carlos Lentini e José Lopes .
A motivação para pesquisa foi o desastre ambiental causado pelo derramamento de óleo, que atingiu diversas praias do Nordeste do país, em 2019. “A liberação desse óleo trouxe diversas consequências para o meio ambiente, por isso a gente identificou a necessidade de pesquisar sobre o assunto, utilizando modelos e códigos computacionais de baixo custo e que permitem o gerenciamento dos riscos causados pelo derramamento”, explica a discente.
O estudo que é realizado na Bacia de Cumuruxatiba, localizada no Sul da Bahia, caracterizada pela exploração petrolífera e também pela proximidade ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, tem entre os objetivos o desenvolvimento de um sistema rápido e eficaz de prevenção de possíveis tragédias ambientais. “Esta é uma importante área do nosso ecossistema. É região de maior biodiversidade marinha do Brasil e do Atlântico Sul, daí a importância de preservá-la”, pontua Laianne, que também acrescenta que “ o estudo define possíveis padrões hidrodinâmicos de dispersão de óleo, dentro do Parque de Abrolhos, e com isso pode-se observar os impactos causados na biota, por meio da exposição à radiação.”
O próximo passo da pesquisa, que recebe o opoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), é refinar as simulações numéricas que permitirão uma maior proximidade com a realidade e a tomada de decisões eficazes no que refere aos impactos ambientais na região estudada. “É um trabalho necessário para prevenirmos os riscos ambientais”, concluiu a mestranda.
