De acordo com FORPROEX, 2012 (2012, pp.29-36) , as diretrizes que devem orientar a formulação e implementação das ações de Extensão Universitária são as seguintes:
- Interação Dialógica
A diretriz interação dialógica orienta o desenvolvimento de relações entre universidade e setores sociais marcadas pelo diálogo e troca de saberes, superando-se, assim, o discurso da hegemonia acadêmica e substituindo-o pela ideia de aliança com movimentos, setores e organizações sociais.
- Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade
A diretriz de Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade para as ações extensionistas busca superar essa dicotomia, combinando especialização e consideração da complexidade inerente às comunidades, setores e grupos sociais, com os quais se desenvolvem as ações de Extensão, ou aos próprios objetivos e objetos dessas ações.
- Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão
A diretriz Indissociabilidade Ensino - Pesquisa - Extensão reafirma a Extensão Universitária como processo acadêmico. Nessa perspectiva, o suposto é que as ações de extensão adquirem maior efetividade se estiverem vinculadas ao processo de formação de pessoas (Ensino) e de geração de conhecimento (Pesquisa). No que se refere à relação Extensão e Ensino, a diretriz de indissociabilidade coloca o estudante como protagonista de sua formação técnica- processo de obtenção de competências necessárias à atuação profissional - e de sua formação cidadã - processo que lhe permite reconhecer-se como agente de garantia de direitos e deveres e de transformação social.
- Impacto na Formação do Estudante
As atividades de Extensão Universitária constituem aportes decisivos à formação do estudante, seja pela ampliação do universo de referência que ensejam, seja pelo contato direto com as grandes questões contemporâneas que possibilitam. Esses resultados permitem o enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos, ao mesmo tempo em que abrem espaços para reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da Universidade Pública brasileira. Para que esses instrumentos imprimam qualidade à formação do estudante, as ações extensionistas devem possuir um projeto pedagógico que explicite três elementos essenciais:
(i) a designação do professor orientador;
(ii) os objetivos da ação e as competências dos atores nela envolvidos;
(iii) a metodologia de avaliação da participação do estudante.
- Impacto e Transformação Social
A diretriz Impacto e Transformação Social reafirma a Extensão Universitária como o mecanismo por meio do qual se estabelece a inter-relação da Universidade com os outros setores da sociedade, com vistas a uma atuação transformadora, voltada para os interesses e necessidades da maioria da população e propiciadora do desenvolvimento social e regional, assim como para o aprimoramento das políticas públicas. Com essa diretriz, espera-se configurar, nas ações extensionistas, as seguintes características:
(i) privilegiamento de questões sobre as quais atuar, semdesconsideração da complexidade e diversidade da realidade social;
(ii) abrangência, de forma que a ação, ou um conjunto de ações, possa ser suficiente para oferecer contribuições relevantes para a transformação da área, setor ou comunidade sobre os quais incide;
(iii) efetividade na solução do problema.
A Extensão Universitária se apresenta como um pilar essencial, indo além da transferência de conhecimento. Ao promover o diálogo horizontal com a sociedade e se integrar de forma indissociável ao ensino e à pesquisa, ela consolida a formação cidadã do estudante e garante que a produção científica e acadêmica da universidade pública se traduza em soluções efetivas e transformadoras para as complexas questões sociais e regionais, reafirmando o compromisso ético e o papel social da instituição.



